Overstay nos EUA: o que é, quem mais comete e por que isso pode afetar seu visto
A cada ano, milhões de pessoas entram legalmente nos Estados Unidos com vistos de turismo, estudo, trabalho ou negócios. No entanto, uma parcela significativa permanece no país além do tempo permitido, o que caracteriza o chamado “overstay” — ou permanência irregular.
Esse comportamento tem gerado preocupações no governo americano, que está implementando novas políticas migratórias mais rígidas. Entender como o overstay é medido e quais países mais cometem essa violação é essencial para quem deseja solicitar ou renovar o visto americano.
📌 O que é overstay?
Overstay ocorre quando um estrangeiro entra nos EUA legalmente com visto válido, mas não deixa o país dentro do prazo autorizado pelo CBP (U.S. Customs and Border Protection). Esse prazo é especificado no documento chamado I-94, emitido na entrada.
🔴 Importante: O prazo do visto (ex: 10 anos de B1/B2) não define quanto tempo a pessoa pode ficar nos EUA — isso é determinado pelo oficial de imigração na chegada, geralmente 180 dias para turistas.
📊 Quais países mais cometem overstay nos EUA?
De acordo com o relatório oficial mais recente do Department of Homeland Security (DHS) — FY2023 Entry/Exit Overstay Report — os países com os maiores índices absolutos e proporcionais de overstay são:
🔝 Top 5 em números absolutos:
| País | Entradas com visto | Estimativas de overstay | Taxa (%) |
|---|---|---|---|
| 🇲🇽 México | +11 milhões | +100.000 | ~0,9% |
| 🇮🇳 Índia | +2 milhões | +50.000 | ~2,5% |
| 🇧🇷 Brasil | +1,4 milhão | ~35.000 | ~2,5% |
| 🇨🇳 China | +2,5 milhões | ~25.000 | ~1,0% |
| 🇨🇦 Canadá | +3,5 milhões | ~23.000 | ~0,7% |
🔺 Top 5 em percentual de overstay (risco proporcional):
| País | Taxa estimada (%) |
|---|---|
| 🇳🇬 Nigéria | 25–30% |
| 🇪🇷 Eritreia | ~20% |
| 🇸🇸 Sudão do Sul | ~19% |
| 🇾🇪 Iêmen | ~18% |
| 🇭🇹 Haiti | ~15% |
🔎 Fonte: U.S. Department of Homeland Security – Overstay Report FY2023
🇧🇷 E o Brasil? Estamos na mira?
Sim. O Brasil figura entre os 5 países com mais casos absolutos de overstay. Ainda que a taxa proporcional seja menor do que em países africanos ou em conflito, o volume crescente de brasileiros que:
- Permanecem além do prazo legal, ou
- Solicitam mudança de status (ex: turista para estudante ou para asilo),
tem despertado atenção das autoridades consulares e pode trazer impactos reais em futuras solicitações de visto.
⚠️ O que os EUA estão fazendo para conter o overstay?
Nos últimos meses, os EUA anunciaram medidas para reduzir as violações migratórias. As principais ações incluem:
1. Depósito caução de até US$ 15 mil
Anunciado em agosto de 2025, o novo programa piloto do Departamento de Estado prevê a exigência de um depósito reembolsável (US$ 5 mil a US$ 15 mil) para solicitantes de países com histórico elevado de overstay.
🔗 Fonte: Reuters
2. Fim da isenção de entrevista para renovação de visto
A partir de 30 de setembro de 2025, todos os solicitantes de visto deverão passar por entrevista presencial, inclusive para renovações.
🔗 Leia mais aqui
3. Nova taxa de US$ 250 (Visa Integrity Fee)
O Congresso americano já aprovou uma nova taxa adicional que será aplicada a certos tipos de visto, como parte da estratégia para conter abusos no sistema migratório.
🔗 Saiba como se preparar
🧭 O que você deve fazer para não correr riscos?
Se você pretende solicitar ou renovar seu visto, siga estas recomendações:
✅ Não ultrapasse nunca o prazo da sua estadia nos EUA (verifique sempre o I-94);
✅ Evite mudar de status sem necessidade ou estratégia bem planejada;
✅ Tenha vínculos sólidos com o Brasil (emprego, estudo, família, bens);
✅ Seja transparente e objetivo na entrevista consular;
✅ Procure orientação especializada antes de aplicar.
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🧩 Conclusão
O número de pessoas que permanecem ilegalmente nos EUA após o vencimento do visto está moldando o futuro das políticas migratórias americanas. O Brasil não está fora do radar, e quem age fora da lei prejudica não só a si mesmo, mas também o processo de milhares de brasileiros que agem corretamente.
A melhor forma de proteger seu direito de viajar aos EUA é respeitar as regras e se preparar com responsabilidade.
O visto está mais criterioso — mas com orientação correta, ele continua sendo possível.